Monólogo....

-Mas eu ainda gosto dele, disse ela com voz fraquinha.

-Mas ele tem que seguir a vida dele e você tem que aceitar, siga a sua também e pare de tentar consertar o que já não tem mais jeito, aceite que acabou ,erga a cabeça e se concentre nas coisas práticas, deixe que as do coração o tempo cura.

-Mas ele falou que ainda me ama,sussurrou ela .

-Não é porque ele te ama que vai ficar com você, entenda que certos amores não nasceram para vingar e dar frutos, alguns nascem e quando começam a crescer eles morrem,eles tem que morrer, de serem arrancados pela raiz é a lei da vida nem todos tem direito a dar frutos e ter suas sementes espalhadas.

-Mas isso não é justo, rebateu ela, eu também tenho direito a ter alguém que queira que o meu amor crie raizes em seu coração, sou um ser humano como outro qualquer, continuou ela entre lágrimas, acho que até melhor que muitos por aí, falou entre soluços, rezo, pago meus impostos, sou gentil com os idosos , até ofereço-lhes meu assento quando estou no ônibus, adoro crianças, trato bem os animais, respeito a diversidade ,ralo pra caramba pra conseguir o que quero honestamente, então por que não posso ter um amor assim como aqueles de comédias românticas?

-Por que a vida não é um filme mocinha, é melhor você se conformar com o final que essa história teve ,e não fique aí se debulhando em lágrimas , não tô dizendo que você nunca vai encontrar um  amor , só tô falando que  ESSE AMOR , não é pra você.

-Quer dizer que nunca mais vou vê-lo?Perguntou ela entre soluços.

-Não seja tonta ,claro que vai, você sabe que o passado uma hora volta pra acertar contas , ele pode demorar , mas um belo dia ele bate a sua porta e te convida a pagar o que deve  e receber o que merece, mas isso é algo que pode demorar um pouco, portanto agora é hora de seguir em frente e deixar que as coisas se encaixem, o tempo vai passar e tudo vai se resolver.

-Então tenho que aceitar esse fim?

-Não só tem como deve, é o melhor pra os dois acredite!

Esse papo aconteceu entre ela e sua consciência , em uma madrugada fria de inverno, enquanto  a chuva caia lá fora e ela se debulhava em lágrimas naquela cama fria e vazia, depois ela virou para o lado e adormeceu de tanto chorar.